A relação do ser humano com os outros organismos vivos: sinantropia
O ser humano convive com muitos organismos que não são da própria espécie. Chamamos deanimais sinantrópicos aqueles que convivem conosco sem que nós tenhamos feito tal escolha. Já os animais domésticos são escolhidos e criados por nós, seja para nos fazer companhia (cães, gatos, pássaros, etc.) ou proporcionar-nos alimentos (carne, ovos, leite), transporte (carroça) ou vestuário (couro).
Entre os animais sinantrópicos, há os que podem causar agravos a nossa saúde e que devemos evitá-los ao máximo. Para isso, os Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) municipais atuam fazendo o controle da população de animais sinantrópicos e domésticos. Nas escolas, o professor além de educador é um importante agente da saúde pública com a função de esclarecer os riscos que os animais sinantrópicos podem apresentar, divulgando as boas práticas de saneamento ambiental e de higiene pessoal e doméstico.
Capa do manual " Animais sinantrópicos. Manual do Educador" do CCZ da cidade de São Paulo
Clique aqui e baixe o manual.
O grupo de animais sinantrópicos inclui invertebrados e vertebrados como aranhas, escorpiões, baratas, cigarras, cupins, formigas, gafanhotos, grilos, lesmas, morcegos, moscas, mosquitos, piolhos, pombos, pulgas, roedores, abelhas, vespas, moscas, traças...
Por que esses animais procuram a nossa convivência?
Porque as nossas habitações oferecem recursos necessários para a sobrevivência deles, como alimento, água ou abrigo.
Entre os animais sinantrópicos que oferecem riscos para a nossa saúde estão os que possuem toxinas perigosas (venenos ou peçonhas) ou podem transmitir doenças (zoonoses).
Há diferenças entre animais peçonhentos e venenosos?
Sim. Os animais peçonhentos produzem a substância tóxica (peçonha) por meio de glândulas especializadas e possuem um dispositivo inoculador como dentes ocos (serpentes), ferrões (abelhas e vespas), ou aguilhões (escorpiões). Assim as toxinas são transferidas para o corpo da vítima e atingem a corrente sanguínea. A peçonha é constituída de uma mistura de proteínas sintetizadas pelo próprio animal e, se ingerida, é inativada no estômago. Isso significa que se um predador não sofrer a inoculação da toxina podem se alimentar de presas peçonhentas. É o caso da suricata que tem entre os itens preferidos da sua dieta, os temidos escorpiões!
Os animais venenosos produzem a toxina mas não possuem dispositivos inoculadores. O veneno pode ser subproduto do metabolismo ou ser composto por substâncias tóxicas extraídas de plantas e que são acumuladas no corpo do animal. Nesse caso, as toxinas não são proteínas e, se ingeridas, causam o quadro de intoxicação durante a alimentação ou quando há contato direto com o animal, acidentalmente.
O que devemos fazer quando há uma picada de animais peçonhentos ou venenosos?
Lave o local de contato com água e sabão e leve a pessoa imediatamente para um pronto socorro; não faça torniquete. Se possível, leve o animal venenoso ou peçonhento vivo ou morto para facilitar a sua identificação. No hospital, os sintomas da intoxicação serão tratados e o veneno, combatido com um soro especifico, se for o caso. Saiba mais emhttp://www.butantan.gov.br/primeirossocorros.htm).
Os animais venenosos e peçonhentos de interesse médico são:
Aracnídeos: aranhas e escorpiões
Himenópteros: abelhas, vespas e formigas
Lepidópteros: larvas urticantes de borboletas e mariposas
Coleópteros: potó, trepa-moleque, fogo-selvagem; papa-pimenta,
Peixes marinhos e fluviais (arraias, baiacus)
Anfíbios (sapos, pererecas e rãs)
Répteis: jararaca, cascavel, surucucu e coral verdadeira;
Celenterados (medusas)
E o que são zoonoses?
Denomina-se zoonose, o conjunto de doenças humanas cujos portadores são outros animais, sejam sinantrópicos ou domésticos e vice-versa. A dengue, por exemplo, é uma das zoonoses mais importantes, não só no Brasil como no mundo todo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Vejamos dois exemplos de zoonoses importantes para a saúde pública: a raiva, a dengue e a febre amarela.
Agente causador da doença | Forma de transmissão | Sinais e sintomas no animal | Sinais e sintomas no ser humano | Prevenção |
Vírus da raiva | Mordedura do animal infectado (cão) | Problemas neurológicos e morte | Problemas neurológicos e morte | vacina |
Vírus da dengue | Picada do mosquito contaminado (Aedes aegypti) | - |
A forma clássica, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos. A dengue hemorrágica, além dos sintomas citados, é a forma grave e que mata. |
tratamento dos sintomas |
Vírus da febre amarela | Picada do mosquito contaminado (Aedes aegypti) | - | Febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e diarréia com evolução para a morte | vacina |
Autores:
Silvia Mitiko Nishida,
Virginia Sanches Uieda,
Data Publicação: 00/00/0000
Página: http://museuescola.ibb.unesp.br/subtopico.php?id=2&num=1&pag=5