Movimento e Saúde

A prática de atividades físicas muito tem a ver com um corpo saudável e não é preciso ser um atleta para isso, nem ir à academia todos os dias. Mas atenção, quando se diz corpo saudável não é a mesma coisa que corpo definido! Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), boa forma é a pessoa estar dotada de boa capacidade cardiorrespiratória, força muscular, flexibilidade e a obesidade sob controle. VOCÊ acha que está em boa forma? Pense nisso!

Na sociedade atual, a primeira imagem que nos vem à cabeça em relação ao corpo saudável e boa forma é aquele observado nas pessoas que fazem musculação: definir e emagrecer o que não refletem necessariamente uma vida com saúde.

Os exercícios físicos sempre fizeram parte do cotidiano da Humanidade: nossos ancestrais, que foram coletores-caçadores, ou estavam procurando alimento caminhando muito, ou estavam correndo muito, fugindo de predadores naturais. De fato, nosso corpo está adaptado para caminhar e correr, o que não acontece com tanta frequência nos dias de hoje, já que os alimentos são fáceis de serem obtidos nos supermercados ou na geladeira. Mas um dos pilares em se ter vida saudável é sim realizar atividades físicas regularmente e evitar o sedentarismo, muito presente na atualidade. 

Da mesma forma que a vida moderna facilita o acesso a comida, também oferece uma série de atividades físicas por meio dos esportes e atividades culturais como a dança. Dessa maneira, atividades físicas não se referem ao treinamento excessivo de atletas ou exercícios físicos com finalidade específica. Atividades físicas estão relacionadas a práticas mais lights, comuns no dia-a-dia das pessoas como uma caminhar ou andar de bicicleta em vez de carro, nadar, brincar, correr, pular corda, por exemplo. Além de garantir movimento do nosso corpo, atividades físicas podem ajudar a diminuir o estresse e servir como lazer.

Mas será que só os exercícios físicos são importantes? Será que só colocar os músculos para trabalhar garante uma boa saúde? O que mais é preciso? Há outra questão  importante que caminha junto com a prática de exercícios e ajuda numa vida saudável: boa ALIMENTAÇÃO!

Além do mais, de nada adianta fazer os músculos trabalharem se o corpo não estiver preparado para isso, o que quer dizer que, de nada adianta querer fazer exercícios sem ENERGIA!

Alimentação e energia

Lembra-se de quando falamos sobre tipos de exercício e os tipos de metabolismo para obtenção de energia? Quando queremos realizar algum movimento, a primeira fonte de energia que os músculos utilizam são moléculas de fosfocreatina armazenadas nas fibras musculares. Essa é uma fonte de rápido acesso capaz de fornecer energia ao movimento através da adição de grupo fosfato ao ADP, formando assim o ATP, a molécula de energia. Esse tipo de metabolismo energético, o sistema fosfato, no entanto, não dura para sempre, sendo utilizado mais em exercícios ou movimentos de curtíssima duração.

Quando então, o movimento é mais duradouro, é necessária mais energia e então precisamos de moléculas de GLICOSE! A glicose é obtida através de uma alimentação rica em CARBOIDRATO e é a principal molécula vinda da alimentação que o nosso corpo no geral utiliza como fonte de energia. Utilizando ou não oxigênio, pela via aeróbia ou anaeróbia do metabolismo energético respectivamente, uma molécula de glicose é quebrada gerando muitas de ATP e o ATP permite ao músculo continuar trabalhando. Nos músculos e no fígado, moléculas de glicose são armazenadas na forma de glicogênio.

Mas só a glicose pode ser utilizada como fonte de energia? E a lipídios? Lembra-se que os maratonistas são mais magros que os velocistas, pois durante o exercício utilizam preferencialmente gordura (moléculas de ácido graxo = lipídios) como fonte de energia? Pois é, movimentos de longa duração precisam ainda mais de energia. A gordura (forma de armazenamento de lipídios) também é obtida através da alimentação e pode servir como fonte de energia aos músculos nos movimentos que exijam resistência. Mas nosso corpo não é capaz de, de uma hora para outra, parar de usar glicose e preferir usar ácidos graxos: há um intermediário muito importante nesse processo que é o treinamento. Só com um bom treinamento podemos adaptar nosso corpo para uma ou outra situação, ou seja, para diferentes tipos de exercício. A adaptação quer dizer mudar a proporção dos diferentes tipos de fibras musculares nos músculos. No caso da maratona, por exemplo: maratonistas treinam para que a quantidade de fibras musculares lentas aumente no seu corpo fazendo com que, durante a corrida tenham mais resistência (que é o objetivo!) e consequentemente queimem mais gordura, que é o substrato principal para as fibras musculares lentas.

E as proteínas? Elas são importantes? As proteínas são o outro tipo de macronutriente que obtemos com a alimentação. Por terem função construtora elas são importantes na reparação dos músculos. Quando nos exercitamos, podem ocorrer lesões nas fibras musculares e quantidades adequadas de proteínas no organismo permitem que o músculo de desenvolva e se repare após seu trabalho. É isso que acontece na hipertrofia muscular, por exemplo. No entanto, as proteínas podem servir como fonte de energia também, em ocasiões extremas. Imagine que uma pessoa não ingira quantidades adequadas de carboidratos na sua dieta, que são as fontes energéticas primárias; ela terá menos moléculas de glicose. Imagine também que não a ingestão de gordura está debilitada. Quando, durante um movimento, esgota-se o suprimento de moléculas de glicose e de ácido graxos para os músculos, qual o combustível que será utilizado para fornecer energia? Sim, as proteínas do próprio músculo! A massa muscular será então diminuída! Isso acontece quando está presente um quadro de subnutrição ou quando dietas rigorosas são feitas com a diminuição da ingestão de carboidratos e gorduras.

O necessário para uma vida saudável é uma alimentação equilibrada e balanceada, ingerindo todos os nutrientes de acordo com a necessidade! O grande segredo está relacionado a tudo aquilo que comemos ou não e o que realmente gastamos.  Para saber mais sobre nutrição e saúde visite a página desse bloco.

No caso dos exercícios físicos, é importante comer alguma coisa antes e depois das atividades. Antes para que nosso corpo tenha energia suficiente evitando prejuízos, e depois para repor o que gastamos. Como já foi dito, uma dieta rica em proteínas auxilia a hipertrofia muscular, pois fornece maior quantidade de proteínas para construção e reparo dos músculos.

“Boa forma”?

Muitas pessoas, no entanto, não procuram fazer exercício pensando em saúde primeiramente, mas pensando em manter uma boa aparência, melhorar a forma do seu corpo de acordo com que a sociedade diz que é bonito, ou mesmo ter maior desempenho nos esportes. Assim a saúde fica em segundo plano, e mesmo com um corpo magro, musculoso, "sarado", as pessoas são por dentro doentes!

Querendo ser mais forte e mais bonito, alguns procuram atingir seus objetivos de uma maneira mais fácil e mais rápida, porém extremamente prejudicial ao corpo. Qualquer prática que modifique nosso corpo deve ser acompanhada e orientada por um profissional médico, que conhece as melhores formas de você atingir seus objetivos  sem perder sua saúde.

Nesse contexto, como práticas não saudáveis está o uso de remédios ou produtos. Já ouviu falar em ANABOLIZANTES? Pessoas que usam essa substância pensam estar sendo espertas, SÓ QUE NÃO!

Desempenho físico e práticas inadequadas

Suplementação é diferente de anabolizante! A suplementação é uma forma de garantir os nutrientes em quantidades adequadas no corpo. Porém, seu uso deve ser acompanhado por médicos e não é o que geralmente acontece. Os suplementos deveriam ser tomados por aquelas pessoas que possuem alguma dificuldade no processo de obtenção de nutrientes pela alimentação, como deficiência na absorção no processo de digestão. Só que essa medicação passou a ser um jeito fácil de obter os nutrientes em quantidades adequadas e assim facilitar o processo de emagrecimento e ganho de massa muscular.

Primeiro que, o uso de qualquer medicamento deve ser supervisionado e indicado por médicos, se não a saúde do individuo será prejudicada. Segundo, a suplementação não deveria servir ou ser usada para qualquer pessoa de forma indiscriminada, porque cada um tem suas particularidades e necessidades que devem ser levadas em conta para uma vida saudável. E terceiro, para garantir quantidades adequadas de nutrientes no corpo, que permitam a prática de exercícios físicos, emagrecimento e vida saudável no geral, não é necessário suplementação porque na alimentação já conseguimos obter todos os nutrientes: o que deve acontecer é o indivíduo se conscientizar e determinar uma dieta balanceada e equilibrada para o seu estilo de vida e que permita alcançar os seus objetivos que deveriam ser, em primeiro lugar, ter uma vida saudável.

Mas o uso de anabolizantes é um problema pior e atinge fortemente a faixa etária dos jovens e adolescentes!

Por que entre os adolescentes??? A adolescência é uma grande fase de mudança na qual passamos de crianças a adultos. Não apenas nosso corpo muda com níveis hormonais mais elevados, mas nosso modo de pensar e agir são muito influenciados: temos dúvidas e buscamos respostas sobre quem queremos ser, o que queremos fazer, como vamos viver... O interesse pelo sexo oposto aparece e querer chamar sua atenção é normal, por isso o interesse e a preocupação com o corpo são extremos. Quase tudo que melhorar a aparência é bem-vindo. E o conceito de “aparência” é distorcido pelo que predomina na sociedade: o perfil de beleza construído em nossa sociedade atualmente dá muita importância aos músculos, mas de uma maneira errada. A imagem de uma mulher bonita é ser magra, sem partes flácidas, mas com curvas bem definidas. A de um homem é também ser magro, ter os músculos do braço e abdômen bem trabalhados, definidos. Não é errado querer seguir esses padrões, mas querer emagrecer ou ganhar massa muscular de forma mais rápida e prática, buscando ter corpos perfeitos de maneiras não naturais e não saudáveis é ruim e essa busca pela melhor estética acaba por prejudicar a saúde. Além disso, existe a ideia de querer ser o mais forte e ter melhor desempenho durante exercícios físicos esportes e para isso são procuradas substâncias chamadas ANABOLIZANTES.

Anabolizantes

Anabolizantes são hormônios androgênicos esteróides anabólicos sintéticos, quer dizer, substâncias produzidas sinteticamente a partir da testosterona (hormônio sexual masculino) que têm efeito anabólico (ver anabolismo).  São usados com a intenção de aumentar massa muscular, força e resistência sendo comum hoje em dia estarem relacionados à busca de um corpo perfeito (mas essa aparente perfeição não é nada saudável!). No passado eram usados somente no tratamento de algumas disfunções hormonais e desgaste muscular, mas hoje é bem conhecida em atletas e fisiculturistas. Usar anabolizantes, sem orientação médica, é proibido, além de ser um grande risco para a saúde.

Em competições esportivas, se o atleta que estiver competindo for pego usando esse tipo de substância, será automaticamente desclassificado por dopping e punido pelo órgão de esporte responsável pela competição.

Os anabolizantes atuam no crescimento celular e em tecidos do corpo, como o ósseo e o muscular, de forma semelhante à testosterona. A testosterona natural tem dois efeitos distintos no organismo:

• Efeito andrógeno: influencia nas características masculinas como mudança de voz, crescimento do órgão sexual, crescimento de bigode e barba, além de pêlos nas axilas e áreas genitais, e agressividade.
• Efeito anabólico: tem influencia no controle de gordura, aumento de massa muscular, força, etc.

Os anabolizantes têm sua fama em intensificar o efeito anabólico, porém há também o efeito andrógeno a ser considerado.

O uso de anabolizantes gera efeitos colaterais tanto em homens como em mulheres, podendo levar até à morte. Alguns efeitos são: aumento nos pelos do corpo e rosto, acne, queda de cabelo, engrossamento da voz, irregularidade nos ciclos menstruais, ginecomastia, disfunções testiculares, como redução na produção de esperma; alterações comportamentais e de humor, distúrbios da função do fígado impotência sexual, hipertensão, paranóia, alucinações, psicoses, coágulos de sangue, retenção de líquido no organismo, ataques cardíacos.

Em adolescentes, as consequências podem ser piores, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização.

Além disso, o uso das injeções de anabolizantes esteróides pode levar ao risco de infecção pelo HIV e vírus da hepatite, se as agulhas forem compartilhadas. E os anabolizantes podem causar dependência! Para piorar a situação, existem anabolizantes sintéticos a partir de hormônio de animais, principalmente de cavalo, o que além dos seus efeitos como análogo de hormônio masculino, pode causar também efeito adverso extremamente forte já substâncias de outro animal estão sendo injetadas no organismo humano!

Com o objetivo rápido de hipertrofiar os músculos, o indivíduo que usa anabolizantes prejudica todo o seu organismo principalmente seus sistema cardíaco e reprodutor. O custo pela boa aparência e força torna-se muito alto, porém é a saúde que está sendo perdida.

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Ganhar massa muscular de um jeito saudável, natural e adequado, sem o uso de anabolizantes que são desnecessários, é simples se você entender um pouco do que é anabolismo, ou seja, estado metabólico de construção. Para que o estado de anabolismo seja favorecido é necessária a presença de substratos (moléculas simples) que forneçam energia e reponham o que foi gasto durante o exercício para que, no caso da hipertrofia muscular, haja construção de proteínas dentro do tecido muscular.

Qualquer exercício tem característica catabólica, ou seja, desgaste, então a dica para favorecer a função anabólica (construção) consiste nas práticas pós exercício, considerando exercícios de grande potência e curta duração. Basicamente, o anabolismo ocorre quando, após o treino, são ingeridos nutrientes adequados como forma de repor o que foi gasto; tendo essa oferta garantida o organismo estará em estado de metabolismo construtivo. O exercício serve apenas como um estímulo aos músculos, pois é durante o descanso que reações anabólicas vão reparar o tecido e desenvolver massa muscular. A construção muscular, então, depende da maneira que o atleta come, treina e descansa. E é exatamente isso que acontece com os velocistas. Já em reações catabólicas acontece o contrário. Maratonistas são delgados pois ocorre a degeneração muscular por causa do treino longo e cansativo; o atleta corre não por alguns segundos, mas por mais de duas horas. Dessa maneira, durante o exercício a quebra de substâncias complexas em simples das próprias reservas é muito intensa para que haja substratos que forneçam energia e o atleta possa continuar correndo.

Treinos de curta duração e grande potência (explosão), combinados com uma dieta balanceada e um programa de exercícios adequado, estimulam os músculos de interesse a hipertrofiar se esse for o desejado. Procure orientações de nutricionistas e médicos para que seus desejos possam ser alcançados e use o exercício e o esporte para promover sua saúde, bem-estar e QUALIDADE DE VIDA!!!

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