Capítulo IV

Já faziam 2 semanas que tinha acontecido o churrasco, mas na semana passada o Lui não tinha conseguido ir ao treino porque estava chovendo muito e a Ana não estava com vontade de jogar vôlei.

Desde o churrasco em que eles tinham ficado, eles não se desgrudavam. E a Ana ainda morava perto da casa do Lui, quatro ruas depois da casa do Danilo. Eles vinham e voltavam juntos do colégio e no começo o Dan voltava com eles, mas agora ele preferia ir mais cedo com o irmão dele, de carro.

- Ei Dan, você quer carona pra casa hoje? Minha mãe vem buscar a gente.

- Não, deixa pra lá, vai com a Ana. – E ele saiu e foi pro treino.

Ele estava bem estranho, desde a semana passada. O Lui tinha achado melhor não ficar indo na casa do Danilo todo dia, porque ele tinha ficado com a Vivi no churrasco, e vai que ela estivesse na casa dele, a Ana ia sempre na casa do Lui e vice e versa. Mas depois do treino ele iria resolver isso.

Quando eles voltaram pro vestiário o Danilo nem perto do Lui estava, mas ele não iria desistir, era seu melhor amigo, poxa.

- O Dan, posso falar com você?

- Pode, fala ai. – Mas ele virou as costas pro Lui, e ficou mexendo no seu armário.

- O que aconteceu Dan? Você ta bravo comigo? Por causa da Ana?

- Não cara, não é isso.

- Então fala Danilo.

- É que a Vivi.

- O que foi? Achei que vocês estivessem bem.

- Estamos, até muito bem, só que ela quer mais. Rs

- Ela quer transar e você não? Não entendi.

- Não, eu quero. – Disse o Danilo corando. – É que você sabe que eu sou virgem.

- Eu sei Dan, mas todo mundo tem a sua primeira vez e a gente já teve aula de anatomia. Ela é virgem também?

- Não...

- Ah, entendi...

- Viu só Lui, e ainda tem todas aquelas meninas grávidas aqui na escola, e eu fico meio preocupado, sabe?

- Relaxa Dan, é só vocês se prevenirem que vai ficar tudo bem. Ela tomando pílula anticoncepcional e vocês usando camisinha, além de um filho, você vai prevenir as doenças sexualmente transmissíveis.

- É mesmo.. Eu sei disso, mas mesmo assim.. Você sabe como que a menina engravida?

- Sei, quando eu chegar em casa eu te mando um email e você lê, ta bom? Relaxa Dan, é só ter calma, não apressar nada que tudo da certo.

O Danilo foi voltando ao normal e logo parecia que nada tinha acontecido.

- E você e a Ana hein cara? Já fizeram alguma coisa? Vocês vivem grudados agora. Rs

- Não Dan, não vou ficar insistindo, e, além disso, ela é virgem, eu quero que seja especial. To pensando em pedir ela em namoro, o que você acha?

- Vai fundo. Vocês ficam bem juntos.

- Vou tomar banho, você não quer a carona mesmo?

- Não precisa, valeu! Vou pra casa da Vivi hoje.

- Ah, ta, rs. Tudo bem então, depois você me conta!

Quando o Lui chegou em casa, ele disse pra Ana esperar um pouco porque tinha que mandar um email e escreveu pro amigo.

E ai cara, vou escrever um pouco sobre o que você me perguntou hoje, dei uma pesquisada e peguei um texto muito bom sobre “Hormônios, menstruação e gravidez”, clica no link e lê você também. Mas vamos lá...

Primeiramente, a mulher deve ter ovulado, ou seja, ter liberado um óvulo de um dos ovários, ou estar para ovular, por isso esse período é chamado de período fértil, pois mesmo que a relação sexual ocorra antes da ovulação, os espermatozoides podem sobreviver dentro do trato reprodutor feminino por até 72h e fecundar o óvulo dias depois. Pra quem quer evitar a gravidez, aconselha-se evitar ter relações durante esse período, de tres dias antes e tres dias depois da ovulação.

Mas como é que a gente vai saber quando acontece a ovulação? Rs

Bom, uma mulher com um ciclo regular de 28 dias ovula por volta do 14º dia do ciclo. Porque na verdade, a gente tem que contar de trás pra frente, a ovulação acontece 14 dias antes da próxima menstruação.

Quando acontece o sexo e o homem ejacula, não precisa ser dentro, mas mesmo na entrada da vagina, os espermatozóides se locomovem até o útero, por meio do batimento dos seus flagelos. Mas a fecundação não acontece no útero e sim no último terço da tuba uterina, onde os espermatozoides encontram o óvulo. Se o encontro não acontece os espermatozoides morrem e o óvulo é reabsorvido pelo corpo.

Se os gametas se encontrarem vai se formar o zigoto, e ele começa a se dividir e gerar muitas células, que com o passar do tempo irão se arranjar e passar por estágios diferentes, que você pode ver aqui:

Quando ele chega ao estágio de blástula, o embrião se implanta na parede do útero, aproximadamente seis dias depois da fecundação. E daí pra frente ele vai se desenvolver e virar um bebê.

Mas quando a menina toma pílula, ou usa injeções, por exemplo, ela não ovula, portanto não ocorre a fecundação. Porém se ela esquecer de tomar a pílula algum dia, ela pode acabar ovulando e ai a fecundação pode ocorrer, por isso usar os métodos anticoncepcionais corretamente é muito importante.

Então não vai esquecer de usar a camisinha, viu Danilo? Vou mandar umas imagens pra te ajudar.

Até mais cara,

Lui

Anatomia dos órgãos sexuais

Masculinos

Desde sempre, entre os meninos, há a comparação entre o tamanho do pênis, entretanto essa comparação não pode ser levada em consideração já que geralmente ocorre quando o pênis está flácido. Você sabia que o pênis pode dobrar de tamanho quando ereto? O principal órgão de cópula masculino tem uma média de tamanho de 13,5 cm quando ereto.

Além do pênis, outras estruturas estão ligadas ao sistema reprodutor masculino, como o saco escrotal, que aloja os testículos e epidídimos, as vesículas seminais, a próstata e os ductos deferentes, além da uretra.

Você sabe as funções de cada estrutura?

Pênis: É o órgão de cópula masculino. O pênis tem a função de depositar os espermatozoides na porção final da vagina da mulher, próximo ao colo do útero, para que atravessem o útero e cheguem à tuba uterina, onde ocorre a fecundação. Para que ele possa executar essa função ele deve ficar ereto, então ele se enche de sangue.

Glande: Chamada de “Cabeça do Pênis” é a parte do pênis com mais terminações nervosas, onde o homem tem mais prazer. Assemelha-se ao clitóris da mulher. É recoberta por uma pele chamada de prepúcio.

Escroto: É na verdade uma bolsa (por isso é chamado de “saco”, é o saco escrotal), com dois compartimentos, onde serão alojados os testículos e epidídimos. Uretra: Estrutura que irá levar tanto a urina quanto o ejaculado para a abertura externa da uretra, na cabeça do pênis.

Testículos: São dois órgãos ovóides, com um peso médio de 20 gramas cada e ficam alojados no saco escrotal. Tem a função de produzir os espermatozoides e de produzir o hormônio sexual masculino, a testosterona.

Curiosidade:

Você sabe por que os testículos ficam fora do corpo do homem, enquanto que os ovários ficam dentro do abdômen da mulher?

É porque para que os gametas masculinos (os espermatozoides) sejam produzidos, a temperatura deve estar adequada, o que geralmente é 2ºC menor do que a temperatura corporal. Quando está muito calor, os músculos presentes no saco escrotal fazem com que os testículos se afastem ainda mais do corpo, e quando está frio, esses mesmos músculos aproximam os testículos do corpo, para que eles se mantenham quentinhos.

Epidídimo: É um tubo único, todo retorcido, que vai armazenar uma grande quantidade de espermatozoides prontos para serem ejaculados. Fica alojado em cima do testículo e se liga ao canal deferente, que levará os espermatozoides até a uretra.

Próstata: É uma glândula anexa à uretra, que ajuda a formar o líquido seminal, a parte do ejaculado que irá nutrir os espermatozoides até que eles encontrem o óvulo.

Vesículas Seminais: Também ajudam a complementar o líquido seminal, apara que os gametas possam se locomover.

Femininos

Quem achava que só os homens tinham ereções se enganou! A mulher também possui uma estrutura que intumesce durante a excitação sexual, chamada de clitóris.

Assim como no sistema reprodutor masculino, no feminino há órgãos externos e internos. A parte externa é chamada de vulva, da qual fazem parte o monte do púbis, os grandes e pequenos lábios e as aberturas da vagina e da uretra e o clitóris. Internamente, o aparelho reprodutor feminino é constituído pelo canal vaginal, pelo cérvix ou colo do útero, pelo útero, pelas tubas uterinas e pelos ovários.

E a função de cada estrutura, você conhece?

Quais as diferenças e semelhanças com o aparelho masculino?

Útero: É o órgão que é preparado todo mês para acomodar o bebê durante uma possível gestação. É formado por uma musculatura lisa que pode aumentar várias vezes de tamanho com o desenvolver da gestação e de um revestimento interno chamado de endométrio, que todo ciclo menstrual é preparado para receber o zigoto.

Ovários: Estruturas ovoides, semelhantes aos testículos masculinos, onde estão armazenados os gametas femininos, os óvulos. É também onde os hormônios sexuais femininos são produzidos, como estrógeno e progesterona. Mas ao contrario dos testículos que ficam para fora do corpo, os ovários ficam alojados dentro da cavidade pélvica.

Tubas Uterinas: Uma espécie de passagem que liga os ovários ao útero. É em seu primeiro terço que ocorre a fecundação do óvulo.

Vagina: É o órgão de cópula feminino. Vagina, que em latim significa “bainha” (sim, aquela mesmo da espada) é onde o pênis é introduzido durante o ato sexual. É também por onde sai a menstruação e ainda o canal de parto da mulher.

Cérvix (ou Colo do Útero): É a separação da vagina e do útero, onde os espermatozoides são depositados após a ejaculação masculina.

Clitóris: Assim como o pênis, durante a excitação, ele se enche de sangue e aumenta de tamanho. É o principal órgão de prazer da mulher, pois é uma região muito sensível e com muitas terminações nervosas.

Glândulas Vestibulares Maiores: São glândulas que ficam próximas à abertura da vagina e que quando comprimidas durante o ato sexual, liberam uma secreção lubrificante.

Lábios Maiores e Menores: São pregas da pele que tem como função proteger a entrada da vagina e o óstio de saída da uretra.

Doenças sexualmente transmissíveis

As doenças sexualmente transmissíveis, ou DSTs, são adquiridas por meio de contato direto com o sangue ou com algumas secreções de pessoas já infectadas. Podem ser transmitidas através do sexo sem proteção, ou seja, sem a utilização dos métodos de barreira como as camisinhas femininas e masculinas, pela via placentária, durante o parto, pelo aleitamento materno (da mãe para o bebê), e através de compartilhamento de utensílios não esterilizados, como ocorre no compartilhamento de seringas por usuários de drogas e transfusão de sangue infectado.

As DSTs são causadas geralmente por vírus, bactérias, fungos e protozoários e são muito variadas, algumas têm um tratamento rápido, enquanto outras podem levar o paciente a morte.

Embora tantas pessoas se infectem com as DSTs, sua prevenção é relativamente simples. É feita usando sempre camisinhas durante as relações sexuais, além de ir periodicamente ao médico ginecologista (para as meninas)/ urologista (para os meninos), o que levará ao diagnóstico e tratamento rápidos. Além disso, a conscientização junto ao público é um dos principais meios de se incitar a prevenção entre os jovens.

A seguir veremos as doenças mais comuns.

- AIDS

A síndrome da imunodeficiência adquirida é uma doença causada pelo vírus HIV. Esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, comprometendo assim o nosso sistema imunológico. A AIDS é uma doença muito séria e que não tem cura, só o tratamento com diversos medicamentos chamados de “Coquetel”, porém os pacientes não morrem da AIDS propriamente dita, mas sim de alguma doença oportunista.

Como assim?

A explicação é bem lógica. Como a AIDS debilita o sistema imunológico (nosso sistema de defesa), qualquer doença facilmente ataca o indivíduo, o que irá virar “uma bola de neve”, pois nosso corpo não consegue combatê-las, mesmo doenças como a gripe.

Nem sempre os sintomas aparecem logo após a contaminação, na verdade eles demoram em se manifestar, pois os vírus têm um período de incubação no nosso corpo, eles ficam lá esperando a hora de se manifestarem. Há diversos sintomas como gripes constantes, a perda de peso é bem comum, febre e diarreia. Então vemos que se prevenir é fundamental, pois mesmo que a pessoa não mostre nenhuma debilidade, ela pode ter o vírus latente e transmitir para diversos parceiros, sem nem mesmo saber que ela é portadora.

O diagnóstico é feito pelo exame de sangue, onde constatamos a presença do vírus. O tratamento é feito com o uso de medicamentos que agem impedindo a replicação do vírus, porém não há cura. E é muito importante o tratamento de quaisquer outras doenças que um indivíduo soro-positivo (como se refere a alguém contaminado) possa adquirir.

- HPV

O vírus do papiloma humano é uma doença que age causando lesões e verrugas (chamadas de papiloma) na vulva, vagina, colo do útero, pênis e ânus e que podem levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente o de colo de útero, se não tratadas as lesões.

Para que o diagnóstico preciso seja feito existem exames, como o papanicolau, e ainda uma biópsia (quando se retira um pedaço da lesão ou da verruga pra análise), por isso é muito importante a ida frequente ao ginecologista e ao urologista.

As lesões podem ser causadas por alguns tipos diferentes do vírus, e o tratamento pode ser feito por meio da remoção cirúrgica da lesão ou pela cauterização, além da administração de medicamentos que irão ajudar o sistema imune a combater a doença. Nos casos onde o câncer já se estabeleceu, a quimioterapia é indicada.

- Gonorréia

É uma doença bacteriana, causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrheae, que se manifesta por meio de secreções mal cheirosas na vagina e na uretra e dor e ardor ao urinar. Tem um período de incubação curto, de cerca de 2 a 10 dias.

O diagnóstico é feito por meio de exames físicos e laboratoriais, onde são feitas uma análise da secreção do paciente para confirmar a presença dessa bactéria. Quando diagnosticada e tratada rápida e corretamente, a gonorreia é completamente curável, mas quando não tratada pode levar a problemas de infertilidade e complicações mais sérias como a doença inflamatória pélvica. O tratamento é feito pela administração de antibióticos específicos para aquela bactéria.

- Sífilis

A sífilis também é causada por uma bactéria, chamada Treponema pallidum e possui três estágios. É conhecida como cancro duro ou úlcera genital, pois se manifesta no seu primeiro estágio por meio de uma lesão genital, na glande ou nos lábios vaginais, sem secreções e com a borda endurecida.

O estágio seguinte é quando a bactéria começa a se espalhar para outros órgãos e provocar manchas e feridas pelo corpo todo. No terceiro e mais grave as lesões são maiores podem atingir o sistema nervoso, levando a problemas neurológicos e até à morte.

Para fazer o diagnóstico são feitos exames físicos e exames laboratoriais, como exames de sangue e biópsia. E o tratamento, por se tratar de uma bactéria, é feito pela administração de antibiótico, chamado penicilina.

- Herpes genital

A herpes genital é uma doença causada pelo vírus do herpes simples (HSV) e provoca manchas, lesões e pequenas bolhas nos genitais. Uma vez adquirida, não há como eliminá-la, e ela se manifesta em períodos onde a imunidade da pessoa se encontra debilitada.

O diagnóstico é feito por meio de exames físicos e laboratoriais (biópsia das feridas). O tratamento é feito com uso de medicamentos antivirais, no entanto, eles não eliminam o vírus do organismo, eles só controlam e diminuem suas manifestações.

- Tricomoníase

É uma doença causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginallis, e age causando inflamação no canal vaginal e na uretra, dor e coceira genital, além de corimento amarelo-esverdeado, mas pode ser também assintomática.

O diagnóstico é feito por meio da observação do protozoário nas secreções vaginais e tratada com medicamentos específicos.

Como citar:

Autores: Carolina Silva Coutinho, Clélia Akico Hiruma Lima, Lucia Regina Machado da Rocha, Silvia Mitiko Nishida,
Data Publicação: 00/00/0000
Página: http://museuescola.ibb.unesp.br/subtopico.php?id=2&pag=2&num=4&sub=49