Museu Escola - Unesp Botucatu /SP
Fisiologia da Reprodução

 

Capítulo V

Lui e Ana estavam muito apaixonados, e era como se fossem feitos um para o outro, almas gêmeas. Um completava a frase do outro e eles se divertiam muito juntos.

Iam ao parque fazer piqueniques, andavam de bicicleta, iam sempre ao cinema, saiam para comer um lanche ou tomar um sorvete a tarde. Mas mesmo com isso tudo, mesmo passeando o dia todo, eles estavam pensando em outras coisas.

Quando eles se beijavam era sempre aquela coisa, dava um calorão. Mas Lui não queria apressar as coisa e nem pressionar a Ana.

- Lui, eu te amo!

Era a primeira vez que ela falava isso...

- Eu também te amo Ana! Muito mesmo.

Eles se abraçaram e se beijaram... E uma coisa levou à outra. Eles estavam sozinhos na casa da Ana, porque tinham faltado à aula de educação física, vendo um filme no quarto dela. Eles não pensaram em nada, não planejaram nada, era a primeira vez que os dois transavam.

E naquela correria de terminar o sexo logo antes que alguém chegasse, eles não se protegeram, na verdade eles nem lembraram da camisinha. Era tanta coisa acontecendo, tantos sentimentos vindo a tona ao mesmo tempo, que a empolgação fez com que eles fossem irresponsáveis.

E todos os métodos anticoncepcionais que eles haviam aprendido? E todos os exemplos de meninas grávidas que eles viam na escola?

Quando eles estavam deitados um ao lado do outro que o Lui começou a se sentir mal. Depois de todos os discursos que ele já tinha feito para os amigos, de todos os toques sobre prevenção que ele havia dado a eles, era ele mesmo que não estava seguindo seus próprios conselhos.

“E se ela ficar grávida?”, ele pensou, “o que é que eu vou fazer?”. Mas ai aquela parte da consciência má começou a entrar em ação na cabecinha do Lui. 

“Foi a primeira vez de nós dois, isso não ia acontecer...”

- O que foi Lui? Você não gostou? – Perguntou a Ana, já com uma cara de choro.

- Não Ana, claro que eu gostei, é que... É que... 

Ele ficou totalmente sem jeito. Como ele pôde fazer isso com ela?

-Fala Lui.

- A gente não devia ter feito isso agora, não assim. A gente nem usou camisinha.

- Você acha que vai acontecer alguma coisa??

- Não sei Ana, não sei...

- E se eu tomasse aquela tal da pílula do dia seguinte?

Lui sabia como ela funcionava, que era uma sobrecarga de hormônio, que tinha aproximadamente a mesma concentração hormonal que mais da metade da cartela das pílulas anticoncepcionais, que continha os mesmo hormônios, estrógeno e progesterona, e que, por essa superdose, a pílula do dia seguinte provocava uma menstruação forçada de 6 a 10 dias depois que ela tomasse e assim ela ia impedir que o embrião se implantasse ou com que ela não ovulasse. Mas isso ia fazer com que a menstruação dela ficasse irregular por mais ou menos 3 meses, que podia causar enjoos, sangramentos, cólicas, e até vômitos. E ele não queria que ela ficasse mal desse jeito.

- Acho melhor não, Ana. Ela bagunça muito as coisas, pode mexer muito com o seu corpo. E você precisa de receita pra comprar, você já vai ao ginecologista?

- Não, mas acho que agora eu vou né...

O clima ficou bem estranho entre eles, os dois se sentindo mal, não pelo que tinha acontecido, mas pelo modo como tinha acontecido.

A Ana sempre tinha fantasiado esse momento, em que eles fariam amor pela primeira vez. Que eles iriam estar num quarto todo branco, com pétalas de rosa vermelha espalhadas pela cama... Mas não foi assim que aconteceu.

O irmão da Ana chegou e Lui disse que tinha que ir embora, se despediu rápido da Ana e quase correu pra casa, pra entrar na internet e pesquisar mais sobre as probabilidades de uma gravidez.

 


 

Métodos anticoncepcionais

Como prevenimos uma gestação indesejada? Primeiramente, como ocorre a gravidez?

A gravidez ocorre quando há fecundação, que é o encontro dos gametas masculinos (espermatozoides) e do gameta feminino (óvulo).

Logo, para impedir a gravidez, devemos impedir que esse encontro aconteça, e para isso utilizamos os métodos contraceptivos.

O método mais apropriado para cada pessoa deve ser avaliado por um médico ginecologista, e deve estar de acordo com algumas características como idade, número de filhos,  desejo de ter mais filhos e intolerância aos componentes da fórmula do anticoncepcional.

Tipos de métodos contraceptivos:

1) Métodos comportamentais:

São chamados de métodos comportamentais pois não envolvem a utilização de remédios, e sim a percepção do corpo. Não são muito indicados pois a possibilidade de falha deles é muito alta.

  • Tabelinha:

Esse método se baseia na abstenção de sexo durante o período fértil da mulher, que são os dias que precedem e sucedem a ovulação. A mulher deve ter um ciclo menstrual muito regular e aconselha-se que ela tenha um controle das datas de início e fim da menstruação de vários meses seguidos antes de começar a utilizar esse método.

É um método pouco eficaz se utilizado sozinho, deve ser usado com preservativos, e para mulheres com ciclo menstrual bem estabelecido. Para adolescentes e pré-adolescentes, é desaconselhável seu uso, pois nessa idade o ciclo menstrual ainda não está regulado.

  • Temperatura basal:

Nesse método é utilizada a temperatura corporal para identificar o dia em que a mulher ovula. Isso é possível, pois após a ovulação a temperatura basal aumenta entre 0,3 e 0,8 ºC por três dias consecutivos.

A mulher deve medir sua temperatura pela manhã, ainda em repouso, antes de se levantar ou comer.

A temperatura deve ser observada por pelo menos dois ciclos consecutivos. Quando tivermos então a variação de temperatura normal estabelecida, a abstenção do sexo deve ser feita no período fértil.

Vale lembrar que com qualquer resfriado ou outra doença que cause febre, as medições vão por água a baixo, e esse método também deve ser usado combinado a outros métodos.

Como os espermatozoides ficam viáveis no corpo da mulher por até 72h depois da ejaculação, quando a temperatura muda (ocorreu a ovulação), os espermatozoides ainda podem estar vivos no trato feminino e ocorrer a fertilização. Logo o risco de que ocorra uma gravidez é alto. É um método mais utilizado para se tentar engravidar, por não ser muito seguro.

  • Método do Muco Cervical:

Esse método funciona pela identificação da mudança no muco cervical (corrimento) observada diariamente durante vários meses. O muco comum é pouco consistente e espesso, mas logo antes da ovulação ele muda e fica bem grudento. Para se fazer o teste é só colocar o muco entre o indicador e o polegar e tentar separá-los, ele parecerá “elástico”. Depois de constatada essa mudança a abstinência do sexo deve ocorrer  por no mínimo quatro dias.

Por que ele é pouco indicado para prevenir a gravidez?

Porque a mulher deve conhecer muito bem o seu corpo, seu ciclo menstrual e seu muco para ser capaz de fazer essa avaliação sozinha de maneira adequada. E, além disso, doenças que alteram o muco, ou ainda mulheres com muito ou pouco muco poderão ter dificuldade para realisar essa avaliação. Para a utilização desse método os ciclos também precisam ser regulares, sendo inadequado para adolescentes já que o corpo esta em processo de amadurecimento.

É, assim como o de Temperatura Basal, mais comumente usado por quem quer engravidar, pelo mesmo princípio de que a abstinência ocorre só após a mudança no muco, não abrangendo todos os dias em que a relação sexual deve ser evitada. Portanto o risco de engravidar é muito alto.

  • Coito interrompido:  

É um método utilizado que tem uma eficácia baixíssima. É basicamente a capacidade do homem de saber quando irá ejacular e retirar o pênis da vagina.

Por que ele não é eficaz?

Bom, quando o homem fica excitado o pênis libera uma secreção que tem a função de lubrificante natural para a glande (cabeça do pênis), no entanto, mesmo sem que ele tenha ejaculado, essa secreção pode conter espermatozoides que podem então subir pelo trato feminino e ir fertilizar o óvulo.

 

2) Métodos de barreira:

Alguns desses métodos utilizados e difundidos atualmente são chamados de barreira, pois impedem que os espermatozoides cheguem até o útero.

  • Diafragma:

Esse é pouco conhecido, principalmente entre os jovens.

O que é?

É um anel flexível com uma membrana fina de borracha que deve ser introduzida na vagina até que fique bem na entrada colo do útero. Funciona então como uma barreira física, impedindo que os gametas cheguem ao útero, mas deve ser usada com um espermicida e introduzido na vagina de 15 a 30 minutos antes da relação e retirado de 6 a 8 horas depois. Ele deve ser higienizado e armazenado.

Vem em diferentes tamanhos e deve ser consultado um médico para saber qual é o tamanho certo pra você. O índice de falha varia de 2 a 23%, levando em conta a correta colocação do dispositivo e a retirada após o tempo previsto.

  • Espermicidas:

Pode ser encontrado em diversas formas como gel, creme, supositório, espuma e funciona incapacitando os espermatozoides.

Como?

Bom, os componentes químicos presentes no espermicida imobilizam e destroem os espermatozoides e é comumente utilizado junto com outros métodos contraceptivos de barreira.

  • A Camisinha Feminina:

Tem basicamente o mesmo princípio que a camisinha masculina, mas ao invés de ser colocada no pênis, ela é colocada dentro da vagina.

Ela é feita de um material diferente do látex chamado poliuretano, que é um pouco mais resistente, e vem com dois anéis flexíveis do mesmo material. O anel superior se manterá na entrada do colo do útero (cérvix) e o anel inferior ficará para fora da vagina e o pênis deve ser introduzido dentro desse anel. 

Ela tem suas vantagens. Pelo material ser mais resistente, pode ser usado com diversos lubrificantes, e ela também protege a vulva, a parte externa do sistema reprodutor feminino. Ainda que menos comercializada, sua eficácia é praticamente a mesma que a da masculina, varia de 82 a 97%.

   Nunca utilize as duas camisinhas, a masculina e a feminina, ao mesmo tempo achando que você irá se proteger mais porque você não vai!!

                                                Muito pelo contrario!!

  A fricção das duas pode facilitar que elas rasguem, dando assim a possibilidade de ocorrer a gravidez e a contaminação com DSTs.

 

  • A Camisinha Masculina:

É um método contraceptivo muito utilizado e de mais fácil acesso. Pode ser usado por quase todos as pessoas e ainda protege contra doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS e a Sífilis.

Como ela funciona?

É um envoltório de látex que irá recobrir o pênis, impedindo que não só os espermatozoides presentes no ejaculado cheguem até o útero, mas também que as secreções e os micro-organismos da mulher e do homem entrem em contato.

 

Ela deve ser desenrolada por todo o pênis, até sua base, deixando sem ar na ponta para que nessa parte seja depositado o sêmen.

No entanto, como nenhum outro método anticoncepcional, ela não é 100% segura e em caso de falhas, de 3 a 14 mulheres de 100 podem engravidar.

 

3) Dispositivos intra uterinos:

Como o próprio nome já diz, são dispositivos que são introduzidos dentro do útero e podem funcionar tanto como método de barreira, mas podem ser também combinados com concentrações hormonais.

  • Dispositivo Intra-Uterino (DIU):

São pequenas estruturas feitas de polietileno que são introduzidas dentro do útero e ficam lá por bastante tempo.

Como ele funciona?

Ele irá impedir que o óvulo entre em contato com o espermatozoide fechando a entrada para as tubas uterinas, impedindo que os gametas cheguem ao local da fecundação. Mas eles não funcionam só assim, eles também podem ter cobre e hormônios, que funcionam como um espermicida.

Esse método é contraindicado para mulheres que nunca tiveram filhos e para aquelas com fluxo menstrual muito intenso, pois pode ocorrer a expulsão do dispositivo, ou ainda que tenham alguma alteração no útero, como miomas. Ele pode causar: cólicas, dismenorréia (sangramentos irregulares) e pode aumentar o risco de infecções. Deve ser acompanhado pelo médico semestralmente. Tem uma eficácia alta, que vai de 95 a 99,7%.

 

4) Métodos Hormonais:

São os métodos que utilizam hormônios, regulando as funções do próprio corpo da mulher.

  • Mirena:

Ele foi lançado recentemente no Brasil, e é basicamente um DIU combinado com hormônios

 

Como ele age?

Ele tem um reservatório de 52mg do hormônio levonogestrel , que será liberado diretamente na parede do útero. Ele irá atrofiar a parede do útero, alterar o muco cervical e impedir a passagem dos espermatozoides.

 

A diferença dele pros outros dispositivos é que ele não impede a passagem dos espermatozoides para a tuba-uterina e pode evitar os efeitos colaterais, a menstruação e suas consequências, como as cólicas. A utilização é de no máximo 5 anos e as desvantagens são semelhantes ao DIU.

  • Pílulas anticoncepcionais:

É basicamente a uma combinação entre hormônios femininos, estrógeno e progesterona.

Como utilizar?

É relativamente fácil. Devemos tomar 1 comprimido por dia, de preferência sempre na mesma hora e a ingestão é interrompida por alguns dias, para que ocorra a menstruação. Caso se esqueça de tomar por 2 dias ou mais, pode haver falha na proteção. Casa isso aconteça, cada bula esclarece a maneira de proceder.

Existem diversos tipos de pílulas, com diferentes composições hormonais e diferentes dosagens.

  • Monofásicas: são as pílulas que tem a mesma dosagem hormonal.
  • Multifásicas: possui comprimidos com concentrações hormonais maiores ou menores simulando um ciclo menstrual. Os comprimidos não devem ser tomados fora de ordem, já que eles são diferentes.
  • Minipílulas: são pílulas com dosagem muito baixa e que contém só um hormônio, elas são indicadas para as mulheres que estão amamentando e devem ser tomadas todos os dias, sem interrupções, até mesmo durante a menstruação.

Mas como isso funciona?

Com a concentração desses hormônios elevada no sangue, à hipófise produzirá as gonadotrofinas (FSH e LH), logo não haverá a maturação do óvulo no ovário e não ocorrerá a ovulação. A mulher que toma pílula não ovula!

Ela ainda tem outras ações como a modificação do muco cervical, o que vai dificultar o trajeto e a maturação dos espermatozoides, a modificação da contratilidade das tubas, o que interfere no transporte do óvulo, além de alterar as condições endometriais, diminuído a possibilidade de implantação do embrião.

Não devemos esquecer que cada pessoa é única e às vezes a pílula que é ótima para uma pessoa pode trazer efeitos colaterais para outra. Então devemos sempre ir ao médico e deixar que ele indique qual é a melhor em cada caso.

Há, como em todos os outros métodos, algumas desvantagens, como efeitos colaterais, que podem ser ganho de peso e retenção de líquido, sensibilidade nos seios, náuseas e aumento da pressão sanguínea. Com a utilização de outros medicamentos, tais como antibiótico, sua eficácia pode diminuir, é desaconselhada para mulheres fumantes, com doenças do fígado e do coração, hipertensas, com flebite e varizes, entre outras.

  • Pílula pós-coito ou pílula do dia seguinte:

Não é um método de prevenção a longo prazo, é mais um método de emergência, mas por que?

Bom, primeiro porque é utilizado depois do sexo desprotegido (O que já é errado, pois você não se preveniu contra DSTs), ou quando outro método falhou (como a ruptura da camisinha) e somente até 72h depois da relação, depois desse prazo ela não terá efeito.

E como ela age?

Ela basicamente é uma bomba de hormônios. Sabe todos aqueles comprimidos da cartela de pílulas anticoncepcionais? Toda a concentração hormonal presente em quase meia cartela está na pílula do dia seguinte, e isso irá: primeiro, impedir a ovulação, se ela ainda não tiver ocorrido; dificultar o trajeto e a sobrevivência do espermatozoide no trato feminino; e, se ocorrer a fecundação, ele impede que o embrião se implante na parede do útero por induzir uma descamação, pois ela induz a menstruação.

E como elas são utilizadas?

São geralmente duas pílulas na cartela, uma deve ser tomada o mais rápido possível dentro desse prazo de 72h, após a relação sexual e a outra exatamente 12h depois da primeira. Quanto maior o tempo transcorrido, menor sua eficácia, podendo ir de 5% a 49% o índice de falha.

Na sua composição há um hormônio, o estrógeno. Ele pode causar muita cólica e náuseas, dor nos seios, diarreia, vomito ( Se o vomito acontecer logo após tomar o comprimido, a dose deve ser repetida) e acne, além de desregular o ciclo menstrual por uns meses. E quanto mais ela for utilizada, sua eficiência também diminui.

  • Injetáveis:

 

Os anticoncepcionais injetáveis também utilizam os hormônios como base, porém estes são injetados via parenteral (Intra-muscular) uma vez por mês ou uma vez a cada 3 meses. Podem conter só um hormônio, a progesterona, ou uma combinação de progesterona e estrogênio.  

Há efeitos colaterais?

Sim, como nos outros métodos, eles são: ganho de peso, dores de cabeça leves, vertigens e alterações no ciclo menstrual.

 

 

5) Outros métodos:

  • IMPLANON (implante hormonal):

 

O que é?

É um microbastão que contém um hormônio sintético similar à progesterona, que é implantado no antebraço (com anestesia local) e dura 3 anos. Ele atua da mesma forma que os outros, inibindo a ovulação por meio do feedback negativo.

 

  • Adesivo anticoncepcional (EVRA):

 

Esse medicamento é novo aqui no Brasil, foi lançado em 2003. Ele é um adesivo anticoncepcional que é colado na pele, em locais específicos do corpo, e são trocados semanalmente. Depois de 3 semanas, 1 semana é reservada para a menstruação.

Por que ele é utilizado?

Porque a mulher não precisa tomar 1 comprimido por dia, logo não há esquecimentos, e como os hormônios não são administrados pela via oral, tem menos efeitos colaterais.

 

6) Métodos definitivos:

  • Laqueadura tubária e Vasectomia:

É um método contraceptivo cirúrgico e definitivo. Nas mulheres é feita a ligadura ou o corte das tubas uterinas, que impede que o óvulos cheguem ao útero.

No homem a secção acontece nos canais deferentes, e isso impede que os espermatozoides estejam presentes no ejaculado. 

Por ser um método definitivo, a família deve avaliar bem a situação antes de proceder.

 

           

Como citar:

Autores: Carolina Silva Coutinho, Clélia Akico Hiruma Lima, Lucia Regina Machado da Rocha, Silvia Mitiko Nishida,
Data Publicação: 00/00/0000
Página: http://museuescola.ibb.unesp.br/subtopico.php?id=2&pag=2&num=4&sub=50