O método mais utilizado para medida ou aferição (ou mensuração) da pressão arterial é baseado nos sons de Korotkov, um médico russo que os observou e descreveu em 1905. Este método baseia-se na ausculta, por meio de um estetoscópio, de sons produzidos dentro de um vaso sanguíneo. Normalmente o fluxo de sangue em um vaso é considerado laminar, o sangue percorre o interior do vaso em camadas sem a produção de ruídos ou sons passíveis de serem auscultados (ouvidos) através de um estetoscópio. Por outro lado, quando o fluxo de sangue em um vaso é interrompido, ao ser liberado este fluxo trona-se turbilhonar. Ou seja, o sangue percorre o interior do vaso produzindo oscilações na direção do fluxo, como ondas bem agitadas. Este fluxo turbilhonar produz ruídos ou sons passíveis de serem auscultados (ouvidos) através de um estetoscópio. 

Para a medida da pressão por este método indireto utilizamos os seguintes itens: uma braçadeira que envolve o braço e que possui uma câmara de gás em seu interior acoplado a um esfignomanômetro (medidor de pressão em mmHg), uma válvula que permite a entrada e saída de ar da câmara que envolve o braço, e uma pera que permite insuflar a câmara de gás.  A braçadeira é envolta no braço, de preferência esquerdo, acima da dobra do cotovelo e deve estar ajustada para não ficar frouxa nem apertada sobre o braço. O manguito deve ser inflado com ar até que interrompa o fluxo de sangue pela artéria braquial. Neste momento, não se sente o pulso arterial no punho. A pressão do manguito deve ser superior à pressão dentro do vaso para que isto aconteça. O estetoscópio é posicionado sobre a artéria braquial.

 Em seguida, o ar é esvaziado lentamente, com o auxílio do estetoscópio, enquanto a pressão externa for maior que a pressão interna não se escuta som algum. A medida que o ar é esvaziado observa-se o aparecimento do primeiro som (forma-se um fluxo turbilhornar) quando a pressão no interior do vaso se igualou a pressão do manguito. O fluxo dentro do vaso havia sido interrompido, mas quando as pressões se igualam, um jato de sangue pode continuar seu fluxo, porém de forma bagunçada (turbilhonar). A pressão neste momento corresponde à pressão arterial sistólica ou máxima.  O esvaziamento do manguito continua, e enquanto a pressão externa estiver maior que a interna o fluxo de sangue dentro do vaso ainda é turbilhonar produzindo sons. Até o momento em que a pressão externa é inferior a interna, e o fluxo dentro do vaso não sobre tensão externa, retornando ao seu fluxo laminar, em camadas, quando os sons cessam, o que corresponde a pressão arterial diastólica ou mínima. 

Requisitos básicos para uma boa aferição ou mensuração passo a passo:

a) braço apoiado em nível equivalente ao coração e confortável;

b) paciente em repouso por 5 minutos, no mínimo;

c) Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial. Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra do cotovelo.

d) inflar rapidamente o manguito acima do valor esperado para a pressão máxima, recomenda-se até 30 mmHg acima do desaparecimento do pulso arterial distal, e desinflá-lo a uma velocidade de 2-4 mmHg/segundo;

e) Ao desinflar o manguito observe o aparecimento do primeiro som regular audível (sons de Korotkov) que corresponde a pressão arterial sistólica (ou máxima); 

f) continue desinflando o manguito, e observando o manômetro, o ponto correspondente ao último som regular audível é a pressão arterial diastólica (ou mínima).